quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ser ou não ser? Eis a Seleção.


Certa vez, no início da minha vida "cibernética", eu estava em uma de minhas primeiras navegações pelo Orkut, quando minha mãe apareceu e pediu pra visitar o perfil de uma pessoa. Quando abri a página desejada ela ficou abismada com o que leu. Minha mãe é psicóloga, e o perfil era de um paciente que ela havia atendido, e de acordo com o que ela me contou, o perfil era uma "completa mentira", a pessoa não colocou absolutamente nada daquilo que realmente era e o interessante é que a primeira vista, a pessoa era bem aparentado, seu perfil dizia coisas interessantes, a escrita era rebuscada e as Comunidades das quais ele participava eram, digamos assim, "de classe".

É interessante analisar como as pessoas se projetam melhor atrás de um monitor e um teclado do que face-a-face. Não existem pessoas feias, má intencionadas, fora da moda, e etc. a primeira vista no ciberespaço, todos seguem um padrão de beleza, parecem bem informadas, as comunidades são bonitas e de boa aparência. Isso tudo é muito bonito quando quem está falando sobre você, é você mesmo. Mas e a realidade? Como conhecer verdadeiramente quem está por trás das telas?

Hoje em dia o ciberespaço é uma extensão complementar do mundo real, é quase impossível conhecer alguém da nossa geração que não participe no mínimo de uma rede social. E isso se estende para a vida profissional, como nossos amigos do blog colocaram, as empresas estão participando, e realmente tem que participar desse complemento à realidade, estendido ao ciberespaço, para aperfeiçoar e avançar no processo de seleção. Mas até que ponto a realidade se confunde com o falso Marketing pessoal?
Pelo que eu observo, é uma relação meio complicada conhecer realmente uma pessoa através das redes sociais. Como Paula Sibilia coloca no texto, hoje em dia as pessoas estão mais preocupadas com a superficialidade do que com a profundidade do conhecimento de si, e com a publicação disso. Sendo assim, aquilo que se encontra nas redes sociais é apenas um pequeno fiapo da verdadeira extensão do que realmente é uma pessoa (e o fiapo pode ser falso).
Não quero parecer arcaico ou conservador, quero apenas trazer às nossas mentes uma compreensão aprofundada de como deve ser um verdadeiro conhecimento de pessoas através das redes sociais, seja processo seletivo ou qualquer outra forma de conhecimento.
Não tenho formulas certas para oferecer, mas o que eu acredito que seria primordial são pessoas bem informadas e/ou psicólogos trabalhando através das redes sociais no processo de seleção, e buscar formas de aprofundar esse conhecimento, sem tirar a privacidade das pessoas. Talvez criar uma comunidade ou alguma forma de a pessoa participar (se quiser) de um processo de aprofundamento, com perguntas, interações, e etc. através das redes sociais.

Acredito que estamos no início de uma era onde as redes sociais serão mais do que importantes para qualquer coisa. Que possamos aproveitar de forma não evasiva e evoluir com toda essa tecnologia.


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